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5.1.17

expectativas [imperfeições alheias]



A cada início de ano criamos novas expectativas, escrevemos listas de desejos a cumprir, mudanças que prevemos e almejamos e depois das festividades e superstições cumpridas ficamos em constante competição com uma agenda de metas e frases de inspiração retiradas das infinitas páginas de motivação das redes sociais.
 Mas serão estas listas realmente viáveis ou capazes de serem cumpridas?, ou estaremos apenas a sobrecarregarmo-nos com esperanças irreais ou desejos que levam muito mais que um ano a serem atingidos? Porque quase sempre chegamos ao fim de mais um ano e entendemos que grande parte da lista inicial não se cumpriu, não se tornou real, não nos modificou no essencial, acabando defraudados e a questionar onde errámos mais uma vez, em que método falhámos de novo ou por que não conseguimos em certos casos iniciar sequer tal vontade ou necessidade.
 Claro que há pessoas que convivem bem com listagens, que se pautam diariamente por objectivos a cumprir com prazos definidos, que se orientam por medidas que as fazem escolher este ou aquele caminho, preferir este ou aquele lugar, atingir este ou aquele sonho finalizando cada ano a sentirem-se plenamente cumpridas, sabendo que conseguiram o que se propuseram.

 Mas a mim parece-me que talvez seja mais eficaz, mais honesto, que apenas desejemos a cada ano sermos melhores humanos, sermos capazes de orientar as nossas capacidades em prol de pequenas metas e não de sonhos desmedidos ou irrealisticamente cronometrados; ter uma visão do todo antes da unidade é quase sempre castrador de realizações vivenciais e leva-nos a não admirar o pormenor do trabalho diário na obtenção do que desejamos e nos faz respirar. O motor das decisões a cada início de ano deveria ser a nossa experiência, o nosso ritmo para alcançar metas fidedignas, reais, necessárias ao bem estar psicológico e físico, sem a carga social de que é preciso dar voltas de 90 graus a cada ciclo que passa.

A pressão a que nos sujeitamos demasiadas vezes com expectativas desmesuradas, ou criadas pelos que nos rodeiam, leva-nos a esquecer a essência da simplicidade que deve estar detrás de cada resolução, de cada passo dado para atingir a felicidade e para nos realizarmos enquanto ser humano; é com leveza que os sonhos mais intensos se realizam, é com serenidade que os momentos mais belos acontecem e é com amenidades que conquistamos o nosso lugar ao sol.

por Nádia Prazeres

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